segunda-feira, 19 de setembro de 2011
domingo, 18 de setembro de 2011
"how could I forget to mention, the bicycle is a good invention"
Dia seguinte à festa, todos de ressaca, acorda a Márcia de um sonho estranhissimo. Como sabe a mãe e as pessoas que me vão conhecendo, eu tenho sonhos estranhos; não prestei grande atenção. Mas o sonho acabou por revelar-se semi-premonitório e, estranhamente, não foi o único (mais disso depois): um homem tentava entrar-nos pela cozinha da casa Mamelli e roubar a casa, começando pelas bicicletas; arrombava o portão (que até no sonho estava seguro pelo cadeado da minha bicicleta) e chegava lá cima. Chega a Márcia à varanda para por roupa ou assim - isto já na vida real - e a vizinha do prédio ao lado, com janelas para o nosso pátio, diz-lhe que andavam a rondar o portão durante a madrugada e, não fosse a santa velhinha gritar-lhe, tinha entrado.
Uns dias à frente, já depois de nos ambientarmos, fomos procurar tinta para as bicicletas. A minha era amarela e eu gostava dela assim, mas tinha muita ferrugem, que além de feia me sujava a roupa toda; a do Dani também era decente mas, como foi encontrada, decidiu-se pintar... e as outras eram esquisitas; seja como for, pintar parecia-nos melhor ideia que não pintar :)
Andámos e andámos, descobrimos o shopping - il Castello, onde tem a Coop, a HM, etc;
percorremos a secção de pinturas do Coop, das lojas de ferragens da Via Bologna, tudo, na procura de um bom preço por sprays. Acabámos por compra-los na primeira loja onde tínhamos entrado (isto soa familiar). Para mim levou-se um prateado, para o Dani um cinzento, para a Márcia roxo e dourado e, para a Pilar, vermelho. Comprámos também lixa e trouxemos imensos jornais de anúncios (que dão nas ruas), para forrar o chão.
A casa era numa esquina e, mesmo em frente, a muralha. Com o telemóvel da Pilar a dar Byonce e não sei que mais, todos de calções (o calor foi devastador nestes dias) e t-shirt, mãos à obra nos jardins da muralha!!! Passados 2 minutos estávamos a ser devorados pelos mosquitos e nem com repelente eles se afastavam. Matavam-se mosquitos nos braços e pernas, de tanta quantidade de repelente, que infelizmente só os prendia e não os matava. Mas lá pintámos as ditas cujas e ficaram giras :D A minha prateada e dourada, a do dani prateada e cinzenta e preta, a da márcia (a única como planeado, agora chamada de Channel) dourada e roxo e, para terminar, a da Pilar em vermelho, roxo, dourado, prateado, tudo!!
O Pietro apareceu nesse dia, enquanto nos fazíamos de artistas, mas para tratar de papeis, nada mais. Quando me aproximei dele, que estava à porta de casa (e só vimos por acaso), apresentou-me o senhor do condomínio, uma espécie da macho latino reformado e flácido, engatatão e ligeiramente arrogante. Ficou radiante por ter estrangeiros no prédio (uma novidade, porque toda a gente odeia estrangeiros nos prédios) e disse coisas ridículas, não me lembro o quê, mas ridículas o suficiente para me lembrar de que as disse.
Nessa noite, ou ao fim da tarde, foi tocar-nos à campainha (o tal macho latino); queria que pagássemos a taxa de limpeza do prédio, cerca de 20 euros, se não me engano, ao mês. Além de só lá estarmos provisoriamente, como o Pietro o informou nessa tarde, nunca nos foi mencionada qualquer despesa de condomínio. Mas, para não parecer mal ou rude, ou haver mal entendidos, o Daniel perguntou se se podia limpar em vez de pagar :D Para surpresa, diz o tipo que sim :D ahahah Nós (meninas) só dizíamos "estás louco, onde te vais meter, o que foste fazer", mas o Dani com o espírito todo: "Eu vou limpar as escadas do prédio!".
Naturalmente, ligámos ao Pietro, até porque a máquina da roupa não estava a funcionar e, uma vez que não pagávamos água nem luz naquela casa, tínhamos que aproveitar (eheheh).
Ora o administrador era um charlatão de natureza e, como disse o nosso querido Pietro, só queria ganhar mais uns trocados ou, neste caso, ver-nos fazer figuras tristes. Mas achou o acto do Daniel uma fofura, um "carinho" como ele diz :D
Para terminar, de pessoa que nunca pegava na bicicleta boa em casa, daquelas de montanha e não sei que mais, passei a amante de uma bicicleta de meia dúzia de eurecos, nem travões tem, torta, manca, feia, desconfortável e ferrugenta. Tanto que a quero levar para casa, para por no meu quarto!
a minha etruska aínda amarelinha |
a da Pilareca, aínda original |
alta pose! (não encontro nenhuma da Márcia em original :/) |
a Channel! |
A casa era numa esquina e, mesmo em frente, a muralha. Com o telemóvel da Pilar a dar Byonce e não sei que mais, todos de calções (o calor foi devastador nestes dias) e t-shirt, mãos à obra nos jardins da muralha!!! Passados 2 minutos estávamos a ser devorados pelos mosquitos e nem com repelente eles se afastavam. Matavam-se mosquitos nos braços e pernas, de tanta quantidade de repelente, que infelizmente só os prendia e não os matava. Mas lá pintámos as ditas cujas e ficaram giras :D A minha prateada e dourada, a do dani prateada e cinzenta e preta, a da márcia (a única como planeado, agora chamada de Channel) dourada e roxo e, para terminar, a da Pilar em vermelho, roxo, dourado, prateado, tudo!!
O Pietro apareceu nesse dia, enquanto nos fazíamos de artistas, mas para tratar de papeis, nada mais. Quando me aproximei dele, que estava à porta de casa (e só vimos por acaso), apresentou-me o senhor do condomínio, uma espécie da macho latino reformado e flácido, engatatão e ligeiramente arrogante. Ficou radiante por ter estrangeiros no prédio (uma novidade, porque toda a gente odeia estrangeiros nos prédios) e disse coisas ridículas, não me lembro o quê, mas ridículas o suficiente para me lembrar de que as disse.
Nessa noite, ou ao fim da tarde, foi tocar-nos à campainha (o tal macho latino); queria que pagássemos a taxa de limpeza do prédio, cerca de 20 euros, se não me engano, ao mês. Além de só lá estarmos provisoriamente, como o Pietro o informou nessa tarde, nunca nos foi mencionada qualquer despesa de condomínio. Mas, para não parecer mal ou rude, ou haver mal entendidos, o Daniel perguntou se se podia limpar em vez de pagar :D Para surpresa, diz o tipo que sim :D ahahah Nós (meninas) só dizíamos "estás louco, onde te vais meter, o que foste fazer", mas o Dani com o espírito todo: "Eu vou limpar as escadas do prédio!".
Naturalmente, ligámos ao Pietro, até porque a máquina da roupa não estava a funcionar e, uma vez que não pagávamos água nem luz naquela casa, tínhamos que aproveitar (eheheh).
Ora o administrador era um charlatão de natureza e, como disse o nosso querido Pietro, só queria ganhar mais uns trocados ou, neste caso, ver-nos fazer figuras tristes. Mas achou o acto do Daniel uma fofura, um "carinho" como ele diz :D
Para terminar, de pessoa que nunca pegava na bicicleta boa em casa, daquelas de montanha e não sei que mais, passei a amante de uma bicicleta de meia dúzia de eurecos, nem travões tem, torta, manca, feia, desconfortável e ferrugenta. Tanto que a quero levar para casa, para por no meu quarto!
as mai lindas (na noite do perseguidor) |
sábado, 17 de setembro de 2011
Buongiorno Pietro! (II)
Ora, contava eu da casa Via Mamelli. Ali ficámos por cerca de uma semana e meia, uma vez que, uns dias antes de Outubro, a casa Fabbri estava já pronta. Como dizia antes, a casa era genial....fora o ambiente nocturno. Na primeira noite da estadia decidimos ficar-nos por casa, fazer umas baguetes leves e umas saladas, enfim, tirar proveito do nosso primeiro pouso decente. Descobrimos que havia duas televisões, nenhuma delas a funcionar. Pusemos uma em cima da outra, a ver se apanhava antena, nem isso. Internet nem vê-la e descubro que o meu disco esterno se estragou. Podia ser pior, estivemos a ler, conversar, dormir.
O dia seguinte veio tarde, como sempre para mim, a dormir até às tantas, uma vez que todos desconheciam o meu sono pesado, essencialmente diurno. Mas, eventualmente, acabei por acordar e fomos fazer qualquer coisa. À noite decidimos sair, para a nossa segunda noite fora!
A primeira tinha sido de raspão, com a família nettuno (nós, os de casa) acabados de chegar (Ah, e o Manecas, que nos veio fazer visita no dia de chegada dos 3 primeiros, dia em que fui almoçar o meu primeiro risotto de funghi, visitar pela primeira vez o castelo, passear pelas ruas com um entendido :)). Nessa noite, como descrevia, estavam todos muito cansados, fomos apenas dizer olá aos meus recentes amigos erasmus e comer um gelado, depois siga para o Hostel. Portanto, nesta 2 noite fora, fomos ao Clandestino. Já tinha uma foto, a "primeira foto com pessoas" como descrito no meu álbum de fotos, desse bar; ali jogam-se jogos de tabuleiro e comem-se tapas, bebe-se cerveja artesanal, encontra-se o pessoal em noites calmas. Jogámos ao tabu, 3 portugueses e uma espanhola. Sai a carta ESPANHA; das dicas, uma das palavras era PORTUGAL! lindo...
Voltámos para casa mas, antes, fomos buscar a ETRUSCA, a minha bicicleta amarela de 50 euros, em 2345487ª mão, comprada com a Frappi na Ricicletta, um posto de venda/compra/reparo de bicicletas em 2a mão, que tinha ficado no pátio do hostel.
No caminho, eu de bici e eles a pé, encontrámos uma outra, na berma da estrada, sem cadeado e sem travões. Pegámos nela e lá fomos, desta, eu e o Dani na bici, a Márcia e a Pili a pé. Ao chegar a uma avenida que rodeia o estádio - zona escura, tenebrosa - reparámos num homem que nos seguia. Ia a andar de bicicleta com as pernas arqueadas, ridículo, e aos "S's", como embriagado. Mas estava mesmo a seguir-nos: ao chegarmos a um cruzamento, como a Márcia viu que ele se metia numa paralela à nossa, provavelmente para nos encontrar mais à frente, de surpresa, virámos para outra, para o despistar. E ele veio atrás de nós quando deu conta, mas depois lá se perdeu de nós. Foi horrível....Um susto, na verdade. De uma cidade que se diz tão calma, ficámos surpresos, especialmente porque não sabíamos se ele queria a bicicleta que encontrámos, se se queria meter connosco, o que era...Mas não foi exagero, ele vinha mesmo atrás de nós!
Enfim, ao chegar a casa, depois de uma volta enorme, sentimos-nos muito aliviados.
No dia seguinte, pela manhã, foram eles alugar mais duas bicis, enquanto se arranjava a do Dani e outras duas que elas viram e gostaram na Ricicletta. Enquanto isso, eu dormir e encontrei-me com o Pietro, para tratar de documentos. Passeámos pela cidade, agora todos de bicicleta, e não me recordo que mais, só sei que foi agradável!
Passados mais uns dias, agora tendo eu passado os meus amigos feitos naquelas duas semanas para a nova família, decidimos fazer um jantar com os mais próximos: a Teresa e o José, ex-namorados mas em breve sem o ex, de Salamanca; o Michael de Londres. Fez-se tortilha, frango de fricassé; eu encarreguei-me do vinho e, com o Dani, fizemos as entradas, com queijos, saladas, etc. Foi um jantar bastante bom, divertido. No final jogámos mímica e comemos gelado e bolos variados, trazidos pelos espanhois.
Já a noite ia longa, decidimos jogar o Rings of Fire; maldita a hora...Um jogo de beber, que já todos os amigos conhecem, talvez os pais, a avó e os tios não :P resumidamente, espalha-se um baralho de cartas em circulo, viradas ao contrário. Vai-se tirando à vez, cada uma com uma ordem de beber. O rei, quando calha, dá o poder à pessoa que o tem em posse para mandar beber outra pessoa sempre que queira, até sair o mesmo a outra pessoa, passando os poderes para esta segunda. Ora o Michael foi rei durante muuuuuito tempo; "I've been a bad king" dizia ele, depois de eu o queimar sem crer com um cigarro na cara, termos já alguns vomitado, estarmos já todos nos sofás, demasiado cansados para fazer o que quer que fosse além de dormir.
Entretanto tiraram-se fotos com a bandeira de portugal, as mini bandeiras de espanha da Pilar, etc. Em geral, foi uma noite muito boa e, além de tudo, calma. Não houve queixas dos vizinhos, nada. 5 estrelas, como se costuma dizer :)
O dia seguinte veio tarde, como sempre para mim, a dormir até às tantas, uma vez que todos desconheciam o meu sono pesado, essencialmente diurno. Mas, eventualmente, acabei por acordar e fomos fazer qualquer coisa. À noite decidimos sair, para a nossa segunda noite fora!
A primeira tinha sido de raspão, com a família nettuno (nós, os de casa) acabados de chegar (Ah, e o Manecas, que nos veio fazer visita no dia de chegada dos 3 primeiros, dia em que fui almoçar o meu primeiro risotto de funghi, visitar pela primeira vez o castelo, passear pelas ruas com um entendido :)). Nessa noite, como descrevia, estavam todos muito cansados, fomos apenas dizer olá aos meus recentes amigos erasmus e comer um gelado, depois siga para o Hostel. Portanto, nesta 2 noite fora, fomos ao Clandestino. Já tinha uma foto, a "primeira foto com pessoas" como descrito no meu álbum de fotos, desse bar; ali jogam-se jogos de tabuleiro e comem-se tapas, bebe-se cerveja artesanal, encontra-se o pessoal em noites calmas. Jogámos ao tabu, 3 portugueses e uma espanhola. Sai a carta ESPANHA; das dicas, uma das palavras era PORTUGAL! lindo...
Voltámos para casa mas, antes, fomos buscar a ETRUSCA, a minha bicicleta amarela de 50 euros, em 2345487ª mão, comprada com a Frappi na Ricicletta, um posto de venda/compra/reparo de bicicletas em 2a mão, que tinha ficado no pátio do hostel.
No caminho, eu de bici e eles a pé, encontrámos uma outra, na berma da estrada, sem cadeado e sem travões. Pegámos nela e lá fomos, desta, eu e o Dani na bici, a Márcia e a Pili a pé. Ao chegar a uma avenida que rodeia o estádio - zona escura, tenebrosa - reparámos num homem que nos seguia. Ia a andar de bicicleta com as pernas arqueadas, ridículo, e aos "S's", como embriagado. Mas estava mesmo a seguir-nos: ao chegarmos a um cruzamento, como a Márcia viu que ele se metia numa paralela à nossa, provavelmente para nos encontrar mais à frente, de surpresa, virámos para outra, para o despistar. E ele veio atrás de nós quando deu conta, mas depois lá se perdeu de nós. Foi horrível....Um susto, na verdade. De uma cidade que se diz tão calma, ficámos surpresos, especialmente porque não sabíamos se ele queria a bicicleta que encontrámos, se se queria meter connosco, o que era...Mas não foi exagero, ele vinha mesmo atrás de nós!
Enfim, ao chegar a casa, depois de uma volta enorme, sentimos-nos muito aliviados.
o primeiro dia das bicis! |
todos, no jantar |
Passados mais uns dias, agora tendo eu passado os meus amigos feitos naquelas duas semanas para a nova família, decidimos fazer um jantar com os mais próximos: a Teresa e o José, ex-namorados mas em breve sem o ex, de Salamanca; o Michael de Londres. Fez-se tortilha, frango de fricassé; eu encarreguei-me do vinho e, com o Dani, fizemos as entradas, com queijos, saladas, etc. Foi um jantar bastante bom, divertido. No final jogámos mímica e comemos gelado e bolos variados, trazidos pelos espanhois.
o jantar! |
Já a noite ia longa, decidimos jogar o Rings of Fire; maldita a hora...Um jogo de beber, que já todos os amigos conhecem, talvez os pais, a avó e os tios não :P resumidamente, espalha-se um baralho de cartas em circulo, viradas ao contrário. Vai-se tirando à vez, cada uma com uma ordem de beber. O rei, quando calha, dá o poder à pessoa que o tem em posse para mandar beber outra pessoa sempre que queira, até sair o mesmo a outra pessoa, passando os poderes para esta segunda. Ora o Michael foi rei durante muuuuuito tempo; "I've been a bad king" dizia ele, depois de eu o queimar sem crer com um cigarro na cara, termos já alguns vomitado, estarmos já todos nos sofás, demasiado cansados para fazer o que quer que fosse além de dormir.
Entretanto tiraram-se fotos com a bandeira de portugal, as mini bandeiras de espanha da Pilar, etc. Em geral, foi uma noite muito boa e, além de tudo, calma. Não houve queixas dos vizinhos, nada. 5 estrelas, como se costuma dizer :)
a pilar, lindíssima! :) |
sexta-feira, 16 de setembro de 2011
Buongiorno PIETRO!
Depois de quase um mês sem escrever e mais de dois meses de cá estar, introduzo o nosso senhorio. Pietro Domenicali. Este jovem, cerca de 50 e muitos, 60 e poucos anos, é o amigo e sócio do nosso verdadeiro senhorio - mas é também quem trata das casas desse outro personagem aqui em Ferrara e é quem nos recebe o pagamento e chamadas. É o MAIOR! Em todos os aspectos.
Não sei se cheguei a descrever o meu primeiro contacto com o genro, o Morris, portanto vou começar do início.
No primeiro dia de procura de casas, como já tinha algumas apontadas de sites de imobiliárias, fui com a Agata e a Luisa às moradas indicadas. A primeira de todas ou não existia ou não era em Ferrara, a segunda já estava ocupada e da ultima ninguém atendia. Decidimos ir às faculdades procurar endereços: descobrimos 3.
Na manhã seguinte, ao chegar à primeira casa - na Via Giuseppe Fabbri 112 - está um tipo de 30...anos encostado a um muro, alto estilaço, super azeiteiro da moda. Conversa fácil, estilo "ah e tal, é de Portugal? E escuteira? Hum, que bem" e depois alta conversa em italiano muito rápido com a Luisa. Mas tinha-se esquecido da chave não sei onde e marcámos de novo para depois de almoço. Chegámos e ele trazia vestida....uma t-shirt de manga cavada.....a dizer PORTUGAL. (...)
A casa pareceu-me tenebrosa; tudo antigo, sem janelas (estavam a ser pintadas), a casa de banho escura, a cozinha vazia, um horror. Fomos ver as outras. ainda mais velhas, um calor desgraçado, caras, sem posto de bicicleta, sem isto, sem aquilo. Encontrámos mais e mais, caras, um calor desgraçado, sem posto de bicicletas, com despesas de condomínio altíssimas. O pior de tudo: não havia casas com 4 quartos e sala; só de 3 quartos e sala ou de 4 quartos sem sala. Uma delas, num edifício antigo mas todo finesse, muito bonita, toda restaurada, com uns senhorios designers e uns filhos lindos, vistas maravilhosas, condomínio privado, genial. O preço era acessível. Mas 4 quartos e uma cozinha mínima, sem sala.
Conferenciei com os meus futuros co-inquilinos 1, 2 vezes. Nada. Continuaria nesta busca incansável de casas que já ia em 2 semanas (a ver às 3 casas por dia), não fosse o tipo da primeira casa (que até lá era a única que cumpria os requisitos) pôr um prazo para a resposta. Nesse dia encontrei uma no centro, muito bem localizada, com posto de bici, 4 quartos, 2 banhos, despensa e um corredor/átrio de entrada que servia de sala. O preço era sensivelmente 200E mais que a Via Fabbri. Nessa noite fiquei até tarde a falar com a Pilar e a Márcia no Skype e revimos as nossas prioridades: ou 2 casas de banho e sala no átrio (terrível para os vizinhos) ou 1 casa de banho e sala sala + preço melhor. A Pilar claramente queria as 2 casas de banho (e já vão perceber o quão importante isso é para as espanholas); eu e a Márcia queríamos, indubitavelmente, a sala... Qualquer pessoa que estude arquitectura sabe o quão essencial é um espaço fechado (e afastado da porta de entrada e da casa dos vizinhos) para o estudo/trabalho/entregas e, mesmo assim, qualquer bom Português quer uma sala... Não é como se fossemos uns infelizes sem vida que gostem de comer e viver na cozinha - até porque nessa casa do centro, na cozinha mal cabiam 3 pessoas.
Entretanto impôs-se um imprevisto, a casa só estava pronta em Outubro e os Portugueses e a Pilar chegavam passados 2/3 dias dessa precisa noite (16 de Setembro). Eu já estava há duas semanas no Hostel e eles também não iam querer ficar outras duas e eu um mês. O Hostel era ok, mas o preço nem tanto ok, nem tão pouco o facto de não haver onde cozinhar e a comida fora ser ou caríssima ou piza. Mais, verdade seja dita, eu já não aguentava nem um dia com aquele staff maravilhoso, desde o homem borbulhento da recepção a convidar-me para jantar, à senhora das limpezas a gritar-me ás 9 da manhã para que eu me levantasse e ela pudesse mudar os lençóis da cama (num quarto de não sei quantas mil outras raparigas). Ora o Pietro, este amável ser vivo que Deus decidiu colocar no nosso caminho, tinha uma outra casa, na Via Mamelli. Se nos decidíssemos pela Fabbri, podíamos ficar a viver na outra até ao fim do mês, sem pagar despesas, apenas a pagar o valor por pessoa total a dividir por 30, vezes o numero de noites! Para quem não percebe o quão genial isto era, nós íamos ter: 1. estadia quase 3 vezes mais barata que no Hostel 2. cozinha para cozinhar 3. sala para comer 4. quartos e armários e espaço para por a tralha toda que, no meu caso, já estava há duas semanas na mala. Ficou imediatamente decidido: Via Fabbri.
Para que se exalte, ainda mais, a doçura e grandeza deste avô que fomos encontrar em Ferrara, imagine-se só... Quando chegamos ao apartamento provisório: frigorífico cheio de sumos tipo compal, coca cola, 7 up, iogurtes de pedaços (uhuh) de vários sabores, cerveja. A casa estava ainda repleta de quadros de bom gosto, dos quais uma reprodução de um Miró, quadros esses que poderíamos levar para a nova casa em Outubro, se quiséssemos (claro que queríamos). A casa era fantástica... A sala gigante, a cozinha nova.... A casa de banho era pequenina, mas o resto compensava. Menos o facto de ser mais cara, só ter 3 quartos, estar numa zona lindíssima - mas que de noite se transformava em bordel - e ter a persiana da cozinha estragada, que já agora era a única segurança que tínhamos contra eventuais ladrões, que facilmente entravam pelo portão do pátio privativo da casa - que tinha apenas um cadeado. Mas para provisória....valeu mais do que a pena! (:
To be continued, sobre o Pietro.
Para terminar, por hoje, uma foto do nosso ídolo e da sua doce esposa! :)
Na manhã seguinte, ao chegar à primeira casa - na Via Giuseppe Fabbri 112 - está um tipo de 30...anos encostado a um muro, alto estilaço, super azeiteiro da moda. Conversa fácil, estilo "ah e tal, é de Portugal? E escuteira? Hum, que bem" e depois alta conversa em italiano muito rápido com a Luisa. Mas tinha-se esquecido da chave não sei onde e marcámos de novo para depois de almoço. Chegámos e ele trazia vestida....uma t-shirt de manga cavada.....a dizer PORTUGAL. (...)
A casa pareceu-me tenebrosa; tudo antigo, sem janelas (estavam a ser pintadas), a casa de banho escura, a cozinha vazia, um horror. Fomos ver as outras. ainda mais velhas, um calor desgraçado, caras, sem posto de bicicleta, sem isto, sem aquilo. Encontrámos mais e mais, caras, um calor desgraçado, sem posto de bicicletas, com despesas de condomínio altíssimas. O pior de tudo: não havia casas com 4 quartos e sala; só de 3 quartos e sala ou de 4 quartos sem sala. Uma delas, num edifício antigo mas todo finesse, muito bonita, toda restaurada, com uns senhorios designers e uns filhos lindos, vistas maravilhosas, condomínio privado, genial. O preço era acessível. Mas 4 quartos e uma cozinha mínima, sem sala.
Conferenciei com os meus futuros co-inquilinos 1, 2 vezes. Nada. Continuaria nesta busca incansável de casas que já ia em 2 semanas (a ver às 3 casas por dia), não fosse o tipo da primeira casa (que até lá era a única que cumpria os requisitos) pôr um prazo para a resposta. Nesse dia encontrei uma no centro, muito bem localizada, com posto de bici, 4 quartos, 2 banhos, despensa e um corredor/átrio de entrada que servia de sala. O preço era sensivelmente 200E mais que a Via Fabbri. Nessa noite fiquei até tarde a falar com a Pilar e a Márcia no Skype e revimos as nossas prioridades: ou 2 casas de banho e sala no átrio (terrível para os vizinhos) ou 1 casa de banho e sala sala + preço melhor. A Pilar claramente queria as 2 casas de banho (e já vão perceber o quão importante isso é para as espanholas); eu e a Márcia queríamos, indubitavelmente, a sala... Qualquer pessoa que estude arquitectura sabe o quão essencial é um espaço fechado (e afastado da porta de entrada e da casa dos vizinhos) para o estudo/trabalho/entregas e, mesmo assim, qualquer bom Português quer uma sala... Não é como se fossemos uns infelizes sem vida que gostem de comer e viver na cozinha - até porque nessa casa do centro, na cozinha mal cabiam 3 pessoas.
Entretanto impôs-se um imprevisto, a casa só estava pronta em Outubro e os Portugueses e a Pilar chegavam passados 2/3 dias dessa precisa noite (16 de Setembro). Eu já estava há duas semanas no Hostel e eles também não iam querer ficar outras duas e eu um mês. O Hostel era ok, mas o preço nem tanto ok, nem tão pouco o facto de não haver onde cozinhar e a comida fora ser ou caríssima ou piza. Mais, verdade seja dita, eu já não aguentava nem um dia com aquele staff maravilhoso, desde o homem borbulhento da recepção a convidar-me para jantar, à senhora das limpezas a gritar-me ás 9 da manhã para que eu me levantasse e ela pudesse mudar os lençóis da cama (num quarto de não sei quantas mil outras raparigas). Ora o Pietro, este amável ser vivo que Deus decidiu colocar no nosso caminho, tinha uma outra casa, na Via Mamelli. Se nos decidíssemos pela Fabbri, podíamos ficar a viver na outra até ao fim do mês, sem pagar despesas, apenas a pagar o valor por pessoa total a dividir por 30, vezes o numero de noites! Para quem não percebe o quão genial isto era, nós íamos ter: 1. estadia quase 3 vezes mais barata que no Hostel 2. cozinha para cozinhar 3. sala para comer 4. quartos e armários e espaço para por a tralha toda que, no meu caso, já estava há duas semanas na mala. Ficou imediatamente decidido: Via Fabbri.
Para que se exalte, ainda mais, a doçura e grandeza deste avô que fomos encontrar em Ferrara, imagine-se só... Quando chegamos ao apartamento provisório: frigorífico cheio de sumos tipo compal, coca cola, 7 up, iogurtes de pedaços (uhuh) de vários sabores, cerveja. A casa estava ainda repleta de quadros de bom gosto, dos quais uma reprodução de um Miró, quadros esses que poderíamos levar para a nova casa em Outubro, se quiséssemos (claro que queríamos). A casa era fantástica... A sala gigante, a cozinha nova.... A casa de banho era pequenina, mas o resto compensava. Menos o facto de ser mais cara, só ter 3 quartos, estar numa zona lindíssima - mas que de noite se transformava em bordel - e ter a persiana da cozinha estragada, que já agora era a única segurança que tínhamos contra eventuais ladrões, que facilmente entravam pelo portão do pátio privativo da casa - que tinha apenas um cadeado. Mas para provisória....valeu mais do que a pena! (:
To be continued, sobre o Pietro.
Para terminar, por hoje, uma foto do nosso ídolo e da sua doce esposa! :)
sexta-feira, 9 de setembro de 2011
o primeiro café
2° Dia
Acordei cheia de calor, o quarto abafadissimo. A Japonesa apresentou-se a estivemos a falar um bocado. Tomei banho, comi e mudei de quarto - a organizaçao da recepcao nao é a melhor.
No novo quarto estavam as camas todas ocupadas, menos a minha, que tinha um par de cuecas ou soutien ou nao sei em cima. Era de uma tola que estava a dormir na parte de cima do beliche e que se levantou logo para arrumar as tralhas; eu vinha acompanhada da senhora da limpeza que começou a mandar vir com a miuda aos berros.
Durante a noite estudei o mapa, cidade pequena, e hoje lancei-me à aventura. Atravessei a estrada e segui sempre, até começar a encontrar 1, 2, 17 igrejas ao todo e so circulei no centro/oeste. Entrei em algumas, conversei com 2 padres sobre a arquitectura. Hoje nao estou com grande vontade de aprofundar nada, vou ter muito tempo, mas ia entrando nas que chamavam mais atençao. As ruas sao limpas, cheira a bom em todo o lado, as pessoas sao simpaticas - até ver - e o clima é quente, sim, mas nao mais húmido do que eu esperava. Tudo é castanho, beje e vermelho; inclusivé, quase todas as casas do centro tem estores vermelho escuro nas janelas :) Até o ar parece que tem um filtro sepia, mas tudo bonito!
Sentei-me ao lado do castelo, depois de 1/2 horas a circular sem destino. Nunca tinha feito isto, pelo menos sozinha; mas foi mesmo bem. A ouvir musica, de phones e óculos de sol, sem ninguém a distrair. Os parolos dos italianos - todos - a dizerem ciao, bella, na na na. Aqui nao sao so os trolhas, sao todos! A todas as mulheres!!!! Mas ignora-se bem como em qualquer lado e nao é ofensivo... Voltando ao que dizia, sentei-me numa esplanada, de baixo de uma arcada vizinha ao castelo estense. Pedi um cafe e perguntei ao senhor qual a maneira mais educada de o fazer; a professora de Italiano tinha dito que se devia dizer "vorrei un cafe" em vez de "voglio un cafe" mas nao ouvia ninguem a dizer isso. Uma senhora meia snob, mas muito simpatica, disse logo que sim, dizer "voglio un cafe" e ma educaçao e sorriu para mim :) entao explicou que se devia dizer "per favore un cafe" e ja esta bem. Ainda fez um elogio, que eu ja conhecia as boas maneiras :) O café veio e era mesmo bom. Mesmo bom. Assim, bom bom bom! Optimo! Cheirava a chocolate e era mesmo cremoso, nada queimado, optimo apenas :) Armei-me em turista que vai a Italia para se apaixonar (...) e apreciei o meu café, a ouvir a musica que passava e a observar. As pessoas aqui passam, param em qualquer lado - mais do que em Portugal. E' igual ao que contam, suponho. Passou uma donna de bicicleta, de preto, roliça, de oculos à vespa e leggins justos, super maquilhada: à filme. Sem querer parecer pedante, quase me pareceu estar no Roma (sim, pai); so faltava estar noite escura e estar, efectivamente, em Roma, com as motas substituidas pelas bicicletas.
Continuei a caminhada, fui ao super mercado, conheci mais uma italiana velha que me levou até duas ruas à frente a conversar sobre a universidade e os estudantes, e comprei uma maça - 1 euro. Estava a ficar hora de muito calor, vim para o hostello e reparei que estava longissimo. Enfim :)
Ao chegar, desci para o patio, super agradável, e li um bocado.
Fui ao café aqui ao lado, numa outra arcada e pedi uma coca cola com limao para acompanhar as bolachas de chocolate que o meu pai me pos na mala :) Continuei a leitura e um casal da mesa ao lado começou a conversar. Sao ambos Italianos, jà por volta dos 60/70, historiadores e professores aqui, em Ferrara. Conversamos sobre a cidade, a Europa, Italia, Roma, Ferrara, cavalos, imeperadores, papas, que mais....tudo o que eu podia desejar :) Convidaram-me para visitar museus, e eu ia de bom grado. Infelizmente tinha que ir à universidade e começar a ver quartos, então despedi-me da minha tão interessante companhia. Feita burra, ia a caminho, comecei a sentir um sono terrível, estava mesmo cansada. Vi a universidade e voltei para o hostel. Mas marquei com o casal um passeio no domingo :)
Amanha conto o resto, estou cansada. Foi um dia bem :) Amanha vou-me encontrar com uma espanhola ao pequeno almoço e vamos correr para a muralha, à tarde vou ver casas com 2 das italianas. Hoje jantei com 4 portuguesas e conheci o pai de uma, que trabalha e vive cá. Mana, a pizza é boa, mas não é diferente.
Ah, as Italianas sao, de facto, bonitas; mas ou eu vejo mal ou em Ferrara nao ha muitas. Bonitas ate sao, và, e arranjadas - muito. Mas magras e altas? Na.... Sò se for nas outras cidades, aqui só vi 2 ou 3 (mas valiam a pena). Por estas e por outras, a cidade é, para já, compacta.
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
ciao!
1° dia
Ontem foi o dia da viagem. Atribulada, como sempre. Como Diz o meu amigo Marduk, o primeiro dia é sempre o pior, depois sò melhora. Mas como nem foi nada mal, sò pode querer dizer que vai ser tudo bem! (escrevo do computador do hostello, ja que a net wifi é terrivel, e assim os acentos vao ter que ser ao contrario, ou inexistentes)
O aviao partiu uma hora atrasado. Entrei no que devia ter partido mas estava avariado, entao siga sair e esperar por um novo. Conheci logo gente, uma Ucraniana e a filha pequena que iam visitar a irma; um casal de portugueses emigrantes com 3 filhas que nao pescam portugues; um casal de portugueses velhos de Braga que diziam que eu era parecida à neta deles. Antes disto, as minhas malas tinham um total de 3kg a mais, tive que me ajoelhar no chao e tirar uma manta, toalhas e umas botas; mesmo assim nem um kg tirei, mas a senhora deixou passar. Là foi a minha mae com uma trouxa de roupa embora :)
Ao chegar ao aeroporto de Bolonha, tinha 2 malas gigantes e uma mala de mao quase tao grande como as outras, tudo pesadissimo. Os carrinhos de mao eram como os do continente, precisavam de moeda de 1 euro, eu so tinha de 2 e nao havia onde trocar. O casal Portugues ajudou-me.
Tinha que apanhar um bus para a estaçao de comboios, entrei no unico que havia na rua, mas antes perguntei a um rapaz que estava na fila se era aquele; so podia ser. Ja voltamos ao rapaz, antes a historia do velho do Feios Porcos e Maus.
Ora, ainda na fila, eu com as 3 malonas, um senhor se nao igual, muito parecido, perguntou se precisava de ajuda; obvio que precisava. Ajudou. Comprei o bilhete e ele meteu-me as malas la dentro, ao pe da porta de tras porque nao cabiam em mais lado nenhum; fui para ao lado das malas. Veio a viagem de meia hora a conversar comigo, ele a perguntar coisas em italiano e eu a responder em mix de italiano e frances, ja que ele so falava isso e eu nem isso, quase :) Queria saber o meu nome, de onde era, para onde vinha, o mesmo de sempre. Comecei a temer (pouco, mas temi) pela minha segurança ahah todos dizem que os italianos sao matreiros, mas isso qualquer pessoa, independentemente! Por acaso quando chegamos à estaçao ele foi-se embora e desejou boa viagem ;) tudo certo. Entao o tal rapaz do incio, chama-se Christian, perguntou-me se queria ajuda e jà que ele tinha que esperar por um amigo por duas horas foi comigo tirar o bilhete para Ferrara. Falatava uma hora para mim entao fomos a uma praça. O meu novo amigo é alemao, tem 22 anos e estuda agropecuària; a imagem do fundo do telemovel dele era ele abraçado a uma cabra. Na praça tive uma recepçao bem bonita, bem ao estilo e conhecido encanto italiano, se bem que mais alternativo. Um dj com alto computador numa mesita, por baixo do arco do edificio que coroava a praça, a por muscia transe e um grupo de raparigas a dançar uma especie de ballet contemporaneo no centro; depois foram embora e uma delas deitou-se no meio do chao. Primeiro pensei que fizesse parte da peça, mas rapido deu para perceber que sò queria dormir. Pouco depois começa um miudo de 3/4 anos com alta break dance noutro ponto da praça e toda a gente foi ver :)
Fomos para a estaçao, despedi-me do alemao - que ainda me levou as malas para dentro do comboio - e fui carimbar o ticket. Um chines que nao falava nada nada de ingles ajudou-me a meter as tralhas numa rede e segui mais meia hora, direccao Padova, com paragem em Ferrara. Pouco antes de chegar comecei a meter mala a mala ao pe da porta; no fim dei conta que a porta estava estragada, mas o comboio ja tinha parado. Um Italiano qualquer que estava sentado ali, no fim da carruagem, ajudou-me e fomos a correr com as malas aos trambulhoes para a outra porta, do outro lado, e ele ainda saiu para as tirar. Estava a ver que ficava ele na estaçao e eu seguia ;) mas correu bem.
Sai, esperei pela Francesca: uma Italiana escuteira com quem tinha combinado via e-email e que jà me esperava ha seculos. Chegou com 3 amigas, tambem elas escuteiras, todas de 23 anos: a Agata, a Luisa e a Mariana, a primeira a conduzir um citroen pequenissimo. Foram as 2 grandes malas atras e a pequena (grande) a frente com a luisa.
Fomos ao Hostel; pousei as minhas coisas, fui passar a cara por agua que estava nojenta (eu) e um calor insuportavel no quarto, credo. Tinha uma Japonesa e outra de nacionalidade, cara e aspecto indefinidos a dormir. Nao ha quartos individuais aqui, mas as condiçoes sao bem boas até ver.
Seguimos para uma praça (nao me lembro o nome), mesmo aqui ao lado; bancos em anfiteatro com relva a rodear a estatua de um escritor que da o nome à dita. E' ali o Palio, em Maio. Sentamo-nos num dos socalcos e comi o que me trouxeram, mesmo amorosas: uma especie de crepe, mas com massa de pizza, com queijo e fiambre - mas um queijo genial, com ervas e nao sei que mais, muito muito bom! :)
Conversàmos, tal e tal, e vieram deixar-me ao pouso.
Fui tomar banho, arrumei as coisas, estive no computador e fui dormir. :)
Ciao!
Ontem foi o dia da viagem. Atribulada, como sempre. Como Diz o meu amigo Marduk, o primeiro dia é sempre o pior, depois sò melhora. Mas como nem foi nada mal, sò pode querer dizer que vai ser tudo bem! (escrevo do computador do hostello, ja que a net wifi é terrivel, e assim os acentos vao ter que ser ao contrario, ou inexistentes)
O aviao partiu uma hora atrasado. Entrei no que devia ter partido mas estava avariado, entao siga sair e esperar por um novo. Conheci logo gente, uma Ucraniana e a filha pequena que iam visitar a irma; um casal de portugueses emigrantes com 3 filhas que nao pescam portugues; um casal de portugueses velhos de Braga que diziam que eu era parecida à neta deles. Antes disto, as minhas malas tinham um total de 3kg a mais, tive que me ajoelhar no chao e tirar uma manta, toalhas e umas botas; mesmo assim nem um kg tirei, mas a senhora deixou passar. Là foi a minha mae com uma trouxa de roupa embora :)
Ao chegar ao aeroporto de Bolonha, tinha 2 malas gigantes e uma mala de mao quase tao grande como as outras, tudo pesadissimo. Os carrinhos de mao eram como os do continente, precisavam de moeda de 1 euro, eu so tinha de 2 e nao havia onde trocar. O casal Portugues ajudou-me.
Tinha que apanhar um bus para a estaçao de comboios, entrei no unico que havia na rua, mas antes perguntei a um rapaz que estava na fila se era aquele; so podia ser. Ja voltamos ao rapaz, antes a historia do velho do Feios Porcos e Maus.
Ora, ainda na fila, eu com as 3 malonas, um senhor se nao igual, muito parecido, perguntou se precisava de ajuda; obvio que precisava. Ajudou. Comprei o bilhete e ele meteu-me as malas la dentro, ao pe da porta de tras porque nao cabiam em mais lado nenhum; fui para ao lado das malas. Veio a viagem de meia hora a conversar comigo, ele a perguntar coisas em italiano e eu a responder em mix de italiano e frances, ja que ele so falava isso e eu nem isso, quase :) Queria saber o meu nome, de onde era, para onde vinha, o mesmo de sempre. Comecei a temer (pouco, mas temi) pela minha segurança ahah todos dizem que os italianos sao matreiros, mas isso qualquer pessoa, independentemente! Por acaso quando chegamos à estaçao ele foi-se embora e desejou boa viagem ;) tudo certo. Entao o tal rapaz do incio, chama-se Christian, perguntou-me se queria ajuda e jà que ele tinha que esperar por um amigo por duas horas foi comigo tirar o bilhete para Ferrara. Falatava uma hora para mim entao fomos a uma praça. O meu novo amigo é alemao, tem 22 anos e estuda agropecuària; a imagem do fundo do telemovel dele era ele abraçado a uma cabra. Na praça tive uma recepçao bem bonita, bem ao estilo e conhecido encanto italiano, se bem que mais alternativo. Um dj com alto computador numa mesita, por baixo do arco do edificio que coroava a praça, a por muscia transe e um grupo de raparigas a dançar uma especie de ballet contemporaneo no centro; depois foram embora e uma delas deitou-se no meio do chao. Primeiro pensei que fizesse parte da peça, mas rapido deu para perceber que sò queria dormir. Pouco depois começa um miudo de 3/4 anos com alta break dance noutro ponto da praça e toda a gente foi ver :)
Fomos para a estaçao, despedi-me do alemao - que ainda me levou as malas para dentro do comboio - e fui carimbar o ticket. Um chines que nao falava nada nada de ingles ajudou-me a meter as tralhas numa rede e segui mais meia hora, direccao Padova, com paragem em Ferrara. Pouco antes de chegar comecei a meter mala a mala ao pe da porta; no fim dei conta que a porta estava estragada, mas o comboio ja tinha parado. Um Italiano qualquer que estava sentado ali, no fim da carruagem, ajudou-me e fomos a correr com as malas aos trambulhoes para a outra porta, do outro lado, e ele ainda saiu para as tirar. Estava a ver que ficava ele na estaçao e eu seguia ;) mas correu bem.
Sai, esperei pela Francesca: uma Italiana escuteira com quem tinha combinado via e-email e que jà me esperava ha seculos. Chegou com 3 amigas, tambem elas escuteiras, todas de 23 anos: a Agata, a Luisa e a Mariana, a primeira a conduzir um citroen pequenissimo. Foram as 2 grandes malas atras e a pequena (grande) a frente com a luisa.
Fomos ao Hostel; pousei as minhas coisas, fui passar a cara por agua que estava nojenta (eu) e um calor insuportavel no quarto, credo. Tinha uma Japonesa e outra de nacionalidade, cara e aspecto indefinidos a dormir. Nao ha quartos individuais aqui, mas as condiçoes sao bem boas até ver.
Seguimos para uma praça (nao me lembro o nome), mesmo aqui ao lado; bancos em anfiteatro com relva a rodear a estatua de um escritor que da o nome à dita. E' ali o Palio, em Maio. Sentamo-nos num dos socalcos e comi o que me trouxeram, mesmo amorosas: uma especie de crepe, mas com massa de pizza, com queijo e fiambre - mas um queijo genial, com ervas e nao sei que mais, muito muito bom! :)
Conversàmos, tal e tal, e vieram deixar-me ao pouso.
Fui tomar banho, arrumei as coisas, estive no computador e fui dormir. :)
Ciao!
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
a casa nova, finalmente!
Com Outubro chegou a casa nova. Melhor, uns dias antes de Outubro, já a casa Fabbri estava pronta a habitar!
Não tínhamos colchoes, nem mobília de quarto. Mas havia já uma mesa na cozinha, tapetes, água e luz. Também não havia gás, mas temos caldeira na casa de banho.
O Pietro chegou com uma carrinha de ciganos e o Morris, o genro, de carro mega desportivo, vermelho da moda! Eu e a Pilar fomos com o Morris e com os quadros (o meu Miró, um desenho do castelo de Ferrara e mais meia dúzia para espalhar pela casa). O Pietro levou as malas e as restantes bicicletas, enquanto que o Daniel, a Márcia e a Charo - que entretanto já tinha chegado - foram de bici até à casa nova. Até um estendal levámos, posto no nosso portão na noite anterior, que pensávamos ter sido trazido pelo Pietro mas, afinal, foi um milagre qualquer, uma vez que não era de ninguém (era agora nosso).
A casa estava diferente do que eu a conheci, mas para melhor. Ao chegar, como antes, tínhamos o frigo cheio! Gelados, batatas fritas, cerveja sem álcool, duas garrafas de vinho tinto, pickles em conserva. Desta vez não foi de boas vindas, foi de uma festa que os senhorios haviam feito, uns dias antes :) Como não tínhamos gás para cozinhar, encomendamos pizzas!
Não tínhamos colchoes, nem mobília de quarto. Mas havia já uma mesa na cozinha, tapetes, água e luz. Também não havia gás, mas temos caldeira na casa de banho.
O Pietro chegou com uma carrinha de ciganos e o Morris, o genro, de carro mega desportivo, vermelho da moda! Eu e a Pilar fomos com o Morris e com os quadros (o meu Miró, um desenho do castelo de Ferrara e mais meia dúzia para espalhar pela casa). O Pietro levou as malas e as restantes bicicletas, enquanto que o Daniel, a Márcia e a Charo - que entretanto já tinha chegado - foram de bici até à casa nova. Até um estendal levámos, posto no nosso portão na noite anterior, que pensávamos ter sido trazido pelo Pietro mas, afinal, foi um milagre qualquer, uma vez que não era de ninguém (era agora nosso).
A casa estava diferente do que eu a conheci, mas para melhor. Ao chegar, como antes, tínhamos o frigo cheio! Gelados, batatas fritas, cerveja sem álcool, duas garrafas de vinho tinto, pickles em conserva. Desta vez não foi de boas vindas, foi de uma festa que os senhorios haviam feito, uns dias antes :) Como não tínhamos gás para cozinhar, encomendamos pizzas!
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